Especialista alerta para os riscos do consumo excessivo de bebidas alcoólicas durante a pandemia
O isolamento social é um momento inédito para boa parte da sociedade. Nesse período, alguns hábitos, com foco no entretenimento, ganharam ainda mais força. Entre eles, o consumo de bebidas alcoólicas.
De acordo com uma pesquisa recente, divulgada pela Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), a venda de bebidas alcoólicas nas distribuidoras aumentou em cerca de 38% durante a quarentena. E dados como esse tem ecoado alertas em todo o mundo, inclusive da Organização Mundial da Saúde (OMS), já que o produto, além de trazer uma falsa sensação de relaxamento, pode afetar a saúde física e mental do consumidor.
Segundo especialistas, mesmo em pequenas quantidades, a ingestão diária pode representar riscos. "No sistema digestivo há o aumento da fibrose hepática evoluindo para cirrose, pancreatopatias crônicas, gastrites e úlceras gástricas. Além disso, existe o aumento da incidência de câncer em praticamente todos os órgãos do aparelho digestivo. De forma geral, a ingestão diária da bebida alcoólica traz menor taxa de concentração e desempenho no trabalho, aumento do índice de transtornos psicológicos e maior risco de doenças cardiovasculares", explica o Dr. Gustavo Spadotto, Gastroenterologista e coordenador da equipe de cirurgia da Rede própria da RN Saúde, que faz parte do Sistema Hapvida.
Ele alerta ainda que se no consumo moderado o álcool já é considerado prejudicial, o excesso pode trazer problemas ainda maiores. “Os principais sintomas dessa atividade podem ser identificados por meio de tremores, náuseas, vômitos, dores abdominais e de cabeça, além de fadiga muscular no dia seguinte, e má qualidade do sono", complementa o médico, explicando ainda que o aparecimento dos sintomas pode variar de uma pessoa para outra, já que existem diferenças consideráveis no organismo de cada indivíduo, sendo alguns mais ou menos resistente ao álcool.