Dos 4 aos 40: o empoderamento da nova mulher

Dos 4 aos 40: o empoderamento da nova mulher

Meninas já não sonham mais com príncipes encantados e finais felizes. A futura geração de mulheres independentes foca na profissão como trilha certa para a felicidade. Como é o caso que vamos ver a seguir:

Aos 17 anos, uma paixão fulminante, daquelas avassaladoras, levou Marinete a fazer juras de amor eterno com o então namorado, na pequena cidade de Humberto de Campos, interior do Maranhão, distante cerca de 180 km da capital, São Luís. Na época, o rapaz que a encantou era também muito jovem, tinha só 23 anos. Mesmo imaturos e sem grandes expectativas de futuro, eles passaram a morar juntos e logo Marinete engravidou do primeiro filho. As despesas do lar e da família começaram a pesar e Marinete, que antes não trabalhava, passou a vender mariscos, como camarão, peixe e sururu, na feira da cidade. Mariscos que, aliás, o marido pescava quando se lançava ao mar.

A vida não era fácil e a família ainda aumentou, logo nasceram mais dois filhos. Com eles, vieram mais despesas e mais desentendimentos dentro de casa. “Não foram os meus filhos que fizeram tudo desandar, mas sim aquele homem, que antes me tratava bem e passou a me desvalorizar e me dar cada vez mais tarefas. Como eu cansava, porque ainda tinha as crianças pra cuidar, sofria agressões. Primeiro, verbais... Depois, físicas”, confessa Marinete. Foi aí, então, que ela decidiu buscar ajuda e saiu de casa, sem olhar pra trás.

 

Informação é poder

Pode não parecer, mas ali começava a busca por algo que aquela humilde feirante talvez não conhecesse com o nome que hoje é amplamente difundido: o empoderamento feminino. O termo é utilizado para definir o processo pelo qual a mulher passa quando se cerca de informações, instrução e, assim, busca independência econômica e afetiva.

O chamado empoderamento feminino não depende somente das mulheres, mas da sociedade como um todo: é o ato de conceder o poder de participação social às mulheres e garantir que possam estar cientes sobre a luta pelos direitos, como a igualdade entre os gêneros, por exemplo.

 

Divórcios

Normalmente, mulheres bem instruídas e cientes dos direitos que têm sabem aonde querem chegar. Por isso, em geral, tendem a considerar o casamento como um obstáculo nesse caminho e, não raro, desfazem-se deles. Dados da última Pesquisa do Registro Civil, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostram que, em 10 anos, de 2004 a 2014, a taxa de divórcios cresceu 161,4% no país inteiro, com um total de 331.100 registros.

Foi justamente nesse período que Marinete, hoje vendedora autônoma e mãe feliz, entrou para as estatísticas e não se arrepende: “Foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida, porque mulher nenhuma merece levar a vida inteira de sofrimento por causa de homem metido a macho”, desabafa Marinete.

Entretanto, o casamento não deve ser visto como um fardo e a família não deve ser encarada como uma instituição falida. É importante lembrar que casamentos não precisam acabar afinal, as famílias, todas elas, sem distinção, são a base da sociedade. O que deve ser mudado é a estrutura dos casamentos, antes baseados na figura do homem provedor e da mulher como responsável única e exclusivamente pelos filhos e pela casa.

 

De berço

Em todo o mundo, existem diversas ONG’s – Organizações Não Governamentais – que atuam na luta pela igualdade de gêneros. Exemplo disso é a ONG Plan Internacional, que desenvolve em vários países projetos de valorização da mulher. De acordo com uma pesquisa feita pela Organização, no Maranhão, a maioria das meninas de 10 a 14 anos que participaram do levantamento, ao serem questionadas sobre o que as faria felizes realmente, apontaram que não veem o casamento tradicional com “final feliz” como sinônimo de felicidade, mas sim o sucesso profissional e a participação engajada na sociedade.

Nas escolas, de um modo geral, a educação também já é voltada para o empoderamento das meninas ainda na infância, o que gera uma série de mudanças de comportamento. As indústrias de brinquedo, por exemplo, já começam a produzir joguinhos de panela e outros utensílios domésticos para meninos e meninas, em evidenciar cores como o azul ou o rosa, classicamente associados a meninos e meninas, respectivamente.

Mas o mais importante que, nessa busca pelo empoderamento, todos saibam o papel que têm e respeitem o espaço, as diferenças e, principalmente, queiram a igualdade entre os sexos. Eles não precisam entrar em guerra porque, juntos, certamente, são mais fortes.

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