Por que envelhecemos?

Por que envelhecemos?

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) , de acordo com o avanço da idade, os indivíduos podem ser classificados como pessoas de meia-idade (54 a 59 anos), idosos (60 a 74 anos), anciãos (75 a 90 anos) e velhos (acima de 90 anos).

O início da velhice se dá mediante o envelhecimento biológico, que é inevitável. A partir daí, todos os nossos órgãos e sistemas entram em um processo degenerativo e estrutural, levando a redução das funções corporais. Esse envelhecimento está ligado à qualidade de vida, ou seja, quanto mais sistemas e funções forem preservados, menor será o processo de perdas biológicas e psicológicas.

Pesquisas têm demonstrado que a curva de declínio do envelhecimento está diretamente associada à queda hormonal gradativa que ocorre a partir dos 30 anos. Aos 60 anos temos menos da metade da quantidade de hormônios que tínhamos quando aos 30 anos. Quando se repõe estes hormônios de maneira correta, associada à mudança do estilo de vida, parte dos sinais e sintomas do envelhecimento pode ser revertida com grande melhora na qualidade de vida.

Existem vários fatores associados ao envelhecimento, alguns irreversíveis e outros reversíveis. Entre as causas irreversíveis estão o fator genético. Filhos de pais centenários têm maior probabilidade de viver mais, porém, fatores genéticos têm influência de 20 a 30%. O restante pode ser modificado pelo estilo de vida e tratamento adequado. Entre os fatores modificáveis estão a atividade física correta, nutrição alimentar equilibrada, controle do estresse, reposição nutricional e hormonal quando necessário.

A população idosa está crescendo!

O aumento da longevidade da população brasileira é um fato revelado pesquisas do IBGE. Em 1981, para cada 100 crianças com a idade de cinco anos, havia 48,3 idosos. Esses dados vêm se alterando e a partir de 2002 o número de idosos passou a ser maior do que as crianças.

Atualmente o país já tem 120 idosos para cada 100 crianças! A principal explicação para esse fenômeno é a queda na taxa de fecundidade da mulher brasileira. Hoje o número de filhos por mulher é de 2,1. Outras razões podem ser encontradas no desenvolvimento de políticas de saneamento básico, na eficácia no combate a moléstias infecciosas e doenças degenerativas típicas da velhice, e ainda na divulgação de hábitos saudáveis de vida que previnem essas enfermidades, aumentando assim a expectativa de vida dos mais idosos.

Este quadro nos leva ao desafio de pensar a oferta de políticas públicas voltadas para esta realidade e principalmente desconstruir a imagem negativa da velhice e do envelhecimento.

A sociedade moderna ao cultuar valores do progresso, da inovação, da juventude e principalmente do consumo, produziu preconceitos, mitos e indiferenças a respeito do envelhecer que devemos superar, porque mais importante do que viver muito é viver bem!

Afinal, em quais mitos devemos acreditar sobre esta etapa da vida humana?

MITOS E VERDADES SOBRE O ENVELHECIMENTO

A velhice começa aos 60 anos.

MITO. Para fins de proteção, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que a velhice se inicia aos 60 anos nos países em desenvolvimento (a idade sobe para 65 nos desenvolvidos). É sabido, no entanto, que a velhice NÃO começa em uma idade cronológica, nem ocorre de forma igual para todas as pessoas. Fruto de nossos hábitos e costumes, o envelhecimento é um processo pessoal e também difere de época para época. No começo dos anos 40, por exemplo, era considerada velha uma pessoa de pouco mais de 50 anos de idade, já que a expectativa de vida da população brasileira era de 45 anos. Hoje essa expectativa subiu para 71 anos, sendo que é maior para as mulheres - 75,2 anos e 67,6 anos para os homens!

Quando ficamos velhos, ficamos mais esquecidos
MITO. “Quando falamos de envelhecimento, temos alterações em todos os sistemas orgânicos. Do ponto de vista neurológico, existem modificações sim, porém, nem sempre elas comprometem a função cerebral do indivíduo”, explica Roberto Dischinger Miranda, geriatra e cardiologista do Instituto Longevità, de São Paulo. Algumas mudanças no estilo de vida fazem com que o idoso fique menos atento ou participativo. As pessoas mais jovens estão mais ligadas aos fatos que acontecem

As dores são inevitáveis, principalmente as causadas pela artrite
MITO. Osteoartrose é uma das doenças mais comuns no envelhecimento e provoca dor. “Apesar das dores ocasionadas pela degeneração da cartilagem serem consideras comuns, não podemos considerá-las normais. O paciente deve ir ao médico para fazer um tratamento, fisioterapia e controlar o peso”, explica o médico.

Apenas idosos são acometidos por doenças reumáticas.
MITO. As doenças reumáticas podem afetar pessoas de todas as idades, desde crianças até idosos. Há mais de cem tipos de doenças reumáticas conhecidas e elas têm características distintas, os grupos de risco para cada uma dessas doenças também são diferentes dependendo da doença. Assim, a febre reumática atinge principalmente crianças e adolescentes, a artrite reumatoide atinge em sua maior parte adultos de, em média, 40 anos, a gota atinge mais os homens e o lúpus eritmatoso atinge mais as mulheres. No geral, a doença reumática que mais atinge as pessoas idosas é a artrose, ou osteoartrite.

Acima de 60 anos devo procurar um geriatra
MITO. O geriatra é nada menos que um médico generalista com especialização em doenças mais comuns da terceira idade. Como o processo de envelhecimento começa quando somos jovens, é possível ir ao geriatra para acompanhar o avanço da idade, de maneira preventiva. “Não há nada que impeça a pessoa de envelhecer, o importante é manter a capacidade funcional, motora, física e mental”, explica o médico.

Pessoas com mais de 60 anos sentem menos sede
MITO. A estrutura fisiológica em si não causa essa alteração. “Muitas vezes, o que acontece é que o idoso perde bastante água por um quadro de incontinência urinária ou devido aos remédios diuréticos. Com isso, eles tendem a diminuir a ingestão de água – conscientemente ou não”, diz a nutricionista especializada em gerontologia Maristela Strufaldi. O quadro pode levar à desidratação, tontura, problemas intestinais e prejudicar a pele. “Por mais que o corpo não exija, deve-se tomar a mesma quantidade de água que antes”, defende Maristela.

Os idosos sentem menos sono
MITO. Algumas teorias defendem que o que acontece na verdade é uma mudança na arquitetura do sono. “Muitas vezes, o idoso tem a sensação de que dorme menos ou de que não dormiu bem. Mas nem sempre isso é real”, comenta Miranda. Quando a atividade do corpo é menor durante o dia, é natural que as horas de sono diminuam. Porém, nem sempre é preciso tratar com medicamentos. Primeiramente, é preciso investigar as causas dessa mudança e, se possível, tratá-las.  

O paladar muda com a chegada da idade
VERDADE. Assim como os outros músculos, as papilas gustativas, que ficam na língua, tendem a atrofiar. Isso influencia na percepção do paladar. “Para compensar essa perda, os idosos tendem a buscar alimentos ora muito doces, ora muito salgados”, elucida Maristela.

Os músculos desaparecem com o passar do tempo
VERDADE. Segundo a nutricionista, a queda funcional do corpo faz com que aumente a quantidade de gordura, diminua a quantidade de massa magra e ocasione a queda no colágeno. O quadro, normal com o envelhecimento, acontece devido à morte celular e à atrofia muscular. O problema pode ser levemente corrigido com atividade física e alimentação balanceada.

Existem doenças consideradas normais na 3ª idade (diabetes, hipertensão)
MITO. Tudo que é considerado doença não pode ser chamado de normal. Pressão alta, diabetes, catarata são comuns, porém, jamais devem ser consideradas normais, uma vez que comprometem a vida do indivíduo. “O ideal é envelhecer com saúde e bem-estar”, completa o geriatra.

Quanto mais cálcio se toma durante a vida, mais protegido se está da osteoporose.
VERDADE. A ingestão deficiente de cálcio ao longo da vida é um fator que pode contribuir para o desenvolvimento da osteoporose. A osteoporose se caracteriza pela perda da massa óssea, sendo o cálcio um importante componente para sua formação. Os ossos estão constantemente sendo desgastados e remodelados ao longo da vida. Quando o desgaste supera a remodelagem, tem-se a perda de massa óssea e a idade é o fator que mais influencia para esse resultado. A densidade óssea aumenta até os 30 anos de idade e, posteriormente, começa a cair. Entre os 30 e os 80 anos, o cálcio total diminui aproximadamente em 20%, esta diminuição é maior nos ossos da coluna, onde pode alcançar até 60%. Por essa razão, a quantidade de cálcio recomendada para ingestão durante a vida depende da idade. De 31 a 50 anos, a quantidade recomendada é de 1000 mg por dia. Para pessoas com mais de 50 anos, a quantidade recomendada é de 1200 mg por dia. Apenas para ter uma idéia, um copo de leite tem em torno de 300 mg.

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