Como a proximidade de entes queridos pode ajudar no caso de uma doença grave

Como a proximidade de entes queridos pode ajudar no caso de uma doença grave

“Entre corações que tenho tatuados, de você me lembro mais, de você não esqueço jamais”. Assim como na letra da famosa canção Minha Vida, a cantora Rita Lee, que faleceu no dia 8 de maio, também pôde contar com um grande parceiro ao longo de quase cinco décadas, o guitarrista Roberto de Carvalho. Unidos pessoal e profissionalmente, o casal enfrentou os tratamentos contra o câncer de pulmão que de Rita. Afinal, permanecer próximo de quem se ama pode ajudar em um processo de doença? 

A rede de apoio da família, de amigos e até de outros relacionamentos é essencial na rotina de quem atravessa momentos difíceis por alguma doença grave. Segundo a psicóloga Débora do Santos, da Hapvida NotreDame Intermédica, essa proximidade é importante desde o início do processo, no momento de descoberta e aceitação de um câncer, por exemplo. “Uma notícia de câncer faz com que o paciente entre em um processo de luto. Isso não significa que ele morrerá, mas que deve aceitar que perdeu saúde e que precisará aderir a um tratamento muitas vezes invasivo e difícil, com efeitos colaterais. Tendo esse apoio, ele se sentirá menos desamparado”, explica. 

O isolamento, comportamento que tende a surgir nesse contexto de doenças mais delicadas, acaba afastando pessoas do convívio diário. A psicóloga ressalta que cabe a essa rede de apoio ter sensibilidade para perceber essa mudança. “Quando o paciente se afasta, nem sempre significa que ele queira ficar sozinho, mas é como se ele não quisesse dar trabalho, nem que as pessoas sofressem por sua causa. Por isso, é preciso identificar esse isolamento e não desistir de oferecer companhia e ajuda. O acompanhamento psicológico também é muito importante”, afirma. 

Como se aproximar positivamente?

A especialista conta que existem estratégias para suavizar a trajetória da pessoa, que podem melhorar e potencializar os tratamentos. “Ajudá-lo a ter ativação comportamental, como sair da cama, fazer algum tipo de atividade física, ter momentos de lazer, desfocando a atenção da doença em si, são ações bem-vindas”, destaca. 

O estímulo à criatividade também é uma opção interessante nesse processo. “Pinturas de quadros, escrever um diário ou uma biografia, abrir um canal no YouTube, são estratégias que podem ajudar o paciente a desfocar do processo de adoecimento, concentrando em em questões que ele mesmo pode ensinar sobre sua caminhada”, afirma a profissional. 

Além disso, é importante estar atento a como não agir diante de um paciente em condições delicadas, para não promover um efeito adverso e negativo. “Ficar perguntando o tempo todo sobre a doença, visualizando a pessoa com pena, como se já estivesse sentenciada à morte, chorando. É preciso estimulá-lo a sair da emoção negativa, que já vem naturalmente nessa fase. Sabemos que um minuto de emoção negativa, como raiva ou medo, desequilibra e desorganiza nosso sistema imunológico, dificultando muito mais a recuperação da saúde”, finaliza a psicóloga. 

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