Medo da dor e sentimento de perda de controle podem gerar problemas emocionais que, em muitos casos, pedem tratamento psicológico especializado
Ansiedade, tensão, sudorese, respiração ofegante, dores no peito, sensação de desmaio e até náuseas. Os sintomas da odontofobia, a qual nada mais é que o medo de ir ao dentista, não se restringem apenas às crianças, como muitos imaginam. Uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Odontologia revelou que três em cada dez adultos também sofrem desse mal que compromete a saúde física e mental das pessoas em todo o planeta.
Apesar de a maioria dos procedimentos odontológicos não causarem dor, o simples fato de saber que tem que ir ao dentista já é o suficiente para fazer com que os pacientes se estressem. A psicóloga do Hapvida NotreDame Intermédica, Paula de Melo, elenca as principais razões da odontofobia e dá dicas úteis para superar esse medo que, em muitos casos, pede tratamento especializado.
Medo da dor e experiências anteriores negativas
Medo de sentir dor, sentimento de desamparo e perda de controle, e experiências anteriores negativas são algumas motivações que levam as pessoas a evitarem manter uma rotina de cuidados com a saúde bucal.
“Existem vários graus de ansiedade odontológica e odontofobia. Para alguns pacientes, é possível conviver com a ansiedade de saber que tem que ir ao dentista, mas, para outros, só o pensamento de uma consulta já é aterrorizante”, comenta a profissional.
Paula de Melo explica que pessoas com esse tipo de fobia, além de estarem mais propensas a desenvolverem doenças periodontais, também possuem expectativa de vida menor, visto que a saúde bucal precária também está diretamente relacionada a alguns tipos de doenças cardíacas, infecções pulmonares e problemas relacionados ao estresse em outras partes do corpo, como, por exemplo, dores de cabeça, rigidez muscular no pescoço ou nas costas.
“Eu sempre digo que o primeiro passo para superar o medo de dentista é uma boa relação entre paciente e profissional. A confiança entre ambas as partes é essencial para superar o problema. Mas, em situações nas quais isso não é o suficiente, é preciso buscar auxílio de um psicólogo”, reforça.
Dicas que funcionam
A psicóloga do Hapvida NotreDame Intermédica dá dicas úteis que podem ajudar o paciente a manter a calma e controlar a ansiedade. “Meditação e técnicas de relaxamento são excelentes maneiras de conter o medo de ir ao dentista. Ao sentar na cadeira do consultório, pratique um exercício de respiração para acalmar os nervos. Fechar os olhos também ajuda”, aconselha.
Confira outras orientações:
• Durante a primeira consulta, leve um amigo ou familiar com você. Ele pode apoiá-lo, tirando a ansiedade e trazendo mais alívio;
• Deixe a primeira consulta para conversar. Confesse seus medos e inseguranças. Isso pode ajudar o profissional a oferecer um tratamento diferenciado;
• Tire todas as dúvidas e peça que o profissional explique sobre todos os tratamentos, tempo de duração e demais procedimentos.